sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Hino ao Paraná:

O Século XXI chegou e abriu uma janela para o futuro... E o que se vê por ela são homens e mulheres lavrando a terra, ceifando-a, criando gado, roçando e arando, plantado as sementes que germinam, armando o concreto, fundindo o ferro e o bronze, navegando e voando pelo céu entre os astros do cruzeiro! Cidadãos e cidadãs paranaenses que vão tecendo em máquinas, alinhavando a história, produzindo com mãos operárias, gerenciando, educando, defendendo, garantindo e dominando as tecnologias... E no avante para o porvir busca nova descoberta científica dentro de ideais e tubo de ensaio...


E no fulgor de mocidade possui uma legião de sujeitos ativos, trabalhadores que empunham bandeiras, fixam estacas, começam e recomeçam em cada novo dia, a cada amanhecer!

Aqui há gente que segue a vertente da história buscando os porquês... Povo que habita o cerne da Terra das araucárias, da gralha azul e das Cataratas do Iguaçu...

Desbravadores desde a luz da alvorada, gente desejosa de libertação dos cativos, gente que não malogra, caminha confiante para o zênite!

Canto que espelha o brilho, a esperança de um panorama de campos ermos e florestas, Estado de grandeza que se agiganta pelos clarins das grandes festas...

Os rumores de felicidade faz com que o povo paranaense usufrua a graça e a beleza, a liberdade e o sonho... Sem perder tempo com lamentações e semblantes pesados.

A glória, que se aspira está no bem que se partilha!

Estímulo para o despertar, para a oportunidade de recomeçar... Lugar em que se vive com intensidade, celebra-se o dom da vida, esperando sempre por um novo amanhecer...


(Por Deolinda Cornicelli Buosi- Texto escrito sobre o conteúdo do Hino ao Paraná)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Conto

Asa de Borboleta



Desde muito pequeno Luizinho aprendera com sua mãe que tudo que se fazia na vida era observado pelo Criador. Então era necessário ter muita cautela nas ações, pois podia estar cometendo um deslize que desagradaria muito Aquele que havia criado o Universo e tudo que nele existe...

Então, moleque arteiro como era, precisava sempre estar se corrigindo...

Seus bolsos eram verdadeiros depósitos e estavam sempre cheios de trecos e tarecos... Não podia ver uma pedrinha diferente, um papel ou um pedaço de pente... Ficava fascinado e ia guardando aos punhados! Tinha até um caco de espelho para olhar os dentes, ver se estava bonito, ou ainda olhar a cor da língua depois de chupar um pirulito... Carregava figurinhas, forquilhas e armadilhas... Tinha parafuso, ferro torcido, mola de binga, tampa de lata e cabo de faca... Tudo que encontrava tinha destino certo: o bolso do Luizinho.

A hora de lavar sua roupa era necessária muita atenção; era arriscado ir logo metendo a mão, pois lá sempre havia um objeto não identificado que acabava causando um pequeno ferimento, um machucado!

Um dia o menino pôs se a caminhar pelo fundo do quintal: queria explorar aquele espaço que se fundia com a imaginação. E lá, Luizinho andava como se estivesse numa grande floresta encantada... As lagartixas pareciam dinossauros, os grilos pareciam samurais que saltavam de um lugar para o outro, as taturanas se tornavam serpentes de fogo, as laranjeiras e limoeiros pareciam monstros cheios de braços prontos para agarra-lo...

Ele nunca tinha ouvido falar em anjos e numa daquelas noites em fazia muito calor, tio João sentou-se no chão da porta da sala e lhe falou dos arcanjos, querubins e serafins contou-lhe que se tratava de seres invisíveis que possuíam grandes asas com penas macias... Era uma espécie de gente-ave...
Disse-lhe também que estes seres alados seguiam as pessoas, protegendo-as... Mas quando se fazia maldades, o tal ser saía de perto, deixando a pessoa à mercê de grandes catástrofes... Luizinho ficava de olhos arregalados fazendo uma grande análise de sua vida, enquanto tentava se lembrar de momentos em que provavelmente os anjos o seguiam por ter bom comportamento... Fechou os olhos e imaginou um lindo anjo azul com grandes asas que fazia vento em suas orelhas quando pairava no ar... Pensou que talvez naquele dia em que ajudou sua mãe a recolher as roupas do varal quando o tempo se fechava formando um grande temporal, um anjo tivesse ali do seu lado...
Pensou também naquele outro dia em que praticou uma má ação e ficou de castigo por ter amarrado o rabo do gato no pé do cachorro... Com certeza naquele momento o anjo não estava lá para protegê-lo... Apanhou mesmo!
O moleque travesso ficou encantado com a história dos anjos, fazia mil perguntas a tio João... Adorou a possibilidade de ser invisível. Pronto! Diante daquela história, Luizinho decidiu que queria ser anjo, voar e fazer suas travessuras sem ser visto, queria ir até o céu falar com Deus, pedir-lhe uma ajudinha para a dona Tereza que estava sempre doente... Ele sempre a ouvia dizer com veemência: “Se Deus quiser, vou melhorar...”.
Então precisava falar com Ele e pedir que agilizasse a tal ajuda que custava tanto a chegar...
Certa vez, Luizinho sentou-se no chão sobre as folhas secas do pé de abacate, e lá mergulhou numa fantástica aventura... Retirou de seus bolsos um punhado de objetos e confeccionou uma máquina bastante estranha, mas que funcionava muito bem... A tal máquina era capaz de transformar dois seres em um só, ou seja, ela podia retirar partes de um ser e por no outro... Podia fazer um patogato, um cachorropombo ou quem sabe um peixeboi de verdade!... Era a invenção do século! Podia realizar transformação, aglutinação ou transmutação.
Então Luizinho não pensou duas vezes ao ver uma borboleta colorida pousando num galho... Pensou logo em fazer a máquina funcionar... Pegou a borboleta, retirou dela as duas asas e pôs as em seus ombros; assim talvez pudesse voar até Deus e falar-lhe de dona Tereza...
Mas Luizinho teria que por um pedaço de si na borboleta antes que a pobrezinha virasse comida de passarinho, era preciso agir rápido...
Então pensou no que poderia retirar de seu corpo e colocar na borboleta; mas tudo que pensava achava que lhe faria muita falta... Se tirasse as orelhas, onde poria seus óculos? Se tirasse as mãos, nossa! Nem pensar! Enquanto isso a borboleta com fisionomia de lagarta agonizava... Fez mais alguns estudos rápidos analisando a troca... Poderia pôr-lhe apenas mechas de cabelos, mas naquela semana havia pego piolho na escola e sua mãe mandara raspar lhe o cabelo no zero! Pensou nas unhas, mas logo se lembrou que tinha o péssimo hábito de roê-las, e estavam curtíssimas!
Porém logo percebeu a grande barbárie que havia feito retirando as asas da borboleta. E num desespero foi logo as devolvendo ao pequeno ser já quase sem vida...
A borboleta, logo que recebeu suas asas, saiu voando satisfeita sobre a copa das árvores, passou pelo jardim como se nada tivesse acontecido e Luizinho acompanhou a com os olhos e voou com ela em seu pensamento... Foi em todos os lugares que sonhara e quando estava na porta do céu para falar com Deus, sentiu um toque em seu ombro, e ele dizia:
-Não! agora vou falar com Deus... E recebeu mais um puxão nos ombros...
-Não! disse insistente...
Mas logo ouviu uma voz doce e suave...
-Luizinho, Luizinho, acorda...
Era sua mãe chamando-o para que se levantasse, pois já estava na hora de ir para a escola.
Ele foi logo abrindo os olhos e espreguiçando-se na cama...
Num súbito sentou-se rapidamente tentando encontrar sua engenhosa invenção... Pensou ter sonhado, mas tudo lhe parecia ter sido muito real... Ficou um tanto desapontado, mas deu um largo sorriso quando viu do lado esquerdo do seu travesseiro, uma linda asa de borboleta colorida...

Por Deolinda Cornicelli Buosi

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Jardim sem flor

Estou tão só que às vezes penso até que não existo...
Não vivo, vago...
Nada tenho, tudo tem gosto amargo!
Mas que tudo? Que gosto? Se eu conheço apenas o desgosto...
A vida segue, mas me deixa na beira do caminho...
Um caminho que meus pés não trilham...
O sonho não me leva e a realidade me arrasta!
Cultivo lembranças e colho saudades!
Sou jardim sem flor, sem borboleta, sem cor...
Mas na terra árida ainda há uma semente...

Deolinda Cornicelli Buosi

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

IMAGINAÇÃO

A Imaginação é uma palavra que me intriga;
Lembra imagem e ação, mas é ilusão!
Quando imagino, me paraliso...
Sonho, mas não realizo!
Imaginação é devaneio,
É a faculdade que o meu espírito tem de sonhar...
Se para minha arte é esteio,
Pra minha vida é como voar!
E para presumir:
Sem imaginação não sei EXISTIR!

sábado, 17 de abril de 2010

Soneto de Clausura

Soneto de Clausura

O amor que nos prende como as amarras
que cerram as mãos de um detento, é
o mesmo que nos liberta como asas
em revoada pelo firmamento.

Somos duas sementes ocultas
na terra, sem sol e sem luz. Vivemos
numa sombra secreta que repousa
ávida sobre nossos corpos nus.

Mas as sementes que germinam trazem
secretamente a vida que floresce
e no apertado aroma resplandescem.

Então nós nos amamos em clausura.
Presos pelo sentimento, mas livres
no infinito dos sonhos e loucura!
(Deolinda Cornicelli)

Cem Anos de Imigração Japonesa no Brasil

ASCENDÊNCIA JAPONESA

Por Deolinda Cornicelli Buosi.


Japão, terra formada de ilhas banhadas pelo mar...
Seu clima e estação variam muito, dependendo do lugar!
Tóquio é a capital. O chá é como um ritual...
Terra de plantas e animais de belezas sem igual!

Depois de São Paulo, o Paraná é o maior estado de concentração Nikkei do Brasil.
São filhos, netos e bisnetos dos japoneses que nesta terra surgiu!

Os primeiros grupos de japoneses que migraram para o Paraná se estabeleceram no litoral...
Estes filhos do Sol Nascentes sofreram muito durante a Segunda Guerra Mundial!

Somente na década de 50, que a integração tomou novo impulso... Determinação pura!
Então eles passaram a desenvolver outras atividades, além da agricultura!


Queremos fazer um elo entre as nações e raças que aqui há!
E com grande carinho queremos homenagear, quem contribuiu para o crescimento do Estado do Paraná!


Shoyo, sushi, sashimi, yaksoba, sukiyaki! São delícias da culinária!
São pratos saborosos dessa gente extraordinária!

Ofurô, uma banheira de água quente,
É como um banho de cultura, dessa raça, dessa gente!


Leque para abanar,
Quimono para vestir...
E pauzinhos para comer!
No chão é bom sentar,
Isso é o Japão..., Pode crer!

DESTRUIÇÃO

Por Deolinda Cornicelli Buosi.



Agora jaz no chão sem vida, os alegres marinheiros!
Nas covas serão abandonados com as balas transpassados de um lado a outro!
Estão mortos e agora arrefecem!

A guerra não tem lado humano!
Tem apenas sangue, braços estendidos e olhares perdidos!!!

A bomba atômica também não tem piedade!
Corrói, destrói e arrebenta, pessoas de todas as idades!
O pobre, o rico, o doente, o forte, o fraco, o culpado ou o inocente!!!

Jaz! Todos mortos e apodrecem,
Não se ouve os clamores nem as preces!
Tudo está tombado no chão!
É o poder das armas, das bombas! Da destruição!