sábado, 17 de abril de 2010

Soneto de Clausura

Soneto de Clausura

O amor que nos prende como as amarras
que cerram as mãos de um detento, é
o mesmo que nos liberta como asas
em revoada pelo firmamento.

Somos duas sementes ocultas
na terra, sem sol e sem luz. Vivemos
numa sombra secreta que repousa
ávida sobre nossos corpos nus.

Mas as sementes que germinam trazem
secretamente a vida que floresce
e no apertado aroma resplandescem.

Então nós nos amamos em clausura.
Presos pelo sentimento, mas livres
no infinito dos sonhos e loucura!
(Deolinda Cornicelli)

2 comentários:

  1. Atualmente vivemos num mundo muito banal,aonde as pessoas preferem entregar o seu corpo, no lugar de seu coração.
    Não deveria ser o contrário?
    O corpo a consequência de um coração entregue?
    Um amor que se explode com a entrega dos corpos que falam o que a alma sente?

    Nesse soneto tem ALMA. Ele prova o contrário do mundo banal, representa as pessoas que ainda acreditam em comunhão de amor e por isso eu o amo.

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  2. Obrigada Janaína... Vc é uma pessoa adorável... Um grande abraço...

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